A primeira sessão presencial da 4ª Mostra de Vídeo Popular da Restinga aconteceu nesta terça-feira, dia 21/11, voltada aos integrantes do Fórum de Segurança da Restinga, moradores da Chácara do Banco e comunidade da Restinga, em geral. O público, reunido desde as 18h estendeu-se até as 21h em animadas trocas de experiências e de percepções sobre as obras exibidas.
A entusiasmada discussão que seguiu-se à projeção de Pressure, Nega Lu, Mórula e Viver no Morro mostrou que a curadoria da Mostra acertou em suas escolhas. Duros e emocionantes relatos de mulheres que vivenciaram a dor de um aborto e da violência obstétrica e se enxergaram na sobrecarga de suas realidades foram suscitadas por Mórula e Pressure. “ Mi vi deitada ali. Com dor, sem apoio, sem meu bebê” disse uma participante, sob a concordância solidária de outras.
Nega Lu e Viver no Morro evidenciaram uma dimensão de alegria, esperança e de reconhecimento da necessidade e do poder das boas lutas, da amizade e da cooperação em torno da mudança social que desejamos. “Hoje, sabemos que precisamos reconhecer as pessoas, inclusive para, se necessário, fazer uma abordagem policial, respeitando as diferenças”, disse um participante que atua na segurança pública.
A coordenadora do Fórum de Segurança da Restinga, dona Almerinda Lima comemorou o sucesso da atividade. “ Tudo o que foi projetado e dito aqui foi importante. Uma experiência incrível, que retratou realidades do nosso dia a dia e reforçou nossa capacidade de lutar juntos.”. Do encontro, que relacionou a violência obstétrica à violência contra a criança, foi tirada uma definição de criar-se uma ação de enfrentamento à essas situações.
A projeção de Bença, ao final da sessão, trouxe ao grupo um sentimento de paz e de certeza de que tudo o que o mundo necessita é de pessoas que se dediquem a “tirar o quebranto do mundo”, cada um ou cada uma da sua forma, cada qual, com sua luta. Com amor, e cheios de alegria, seguimos rumo à quinta-feira, na EMEF Pasqualini.